Ó pedaço de mim!
Ó metade afastada de mim!
Leva o teu olhar,
que a saudade é o pior tormento,
É pior do que o esquecimento,
É pior do que se entrevar...
Ó pedaço de mim!
Ó metade exilada de mim!
Leva os teus sinais,
que a saudade dói como um barco
que aos poucos descreve um arco
e evita atracar no cais.
Ó pedaço de mim!
Ó metade arrancada de mim!
leva o vulto teu
que a saudade é o revés de um parto
a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu
Ó pedaço de mim!
Ó metade amputada de mim!
Leva o que há de ti,
que a saudade dói latejada...
É assim como uma fisgada no membro que já perdi.
Ó pedaço de mim!
Ó metade adorada de mim!
Lava os olhos meus,
que a saudade é o pior castigo
e eu não quero levar comigo...
a mortalha do amor,
Adeus!
Letra Chico Buarque de Holanda
Voz: Oswaldo Montenegro
terça-feira, 31 de março de 2009
PEDAÇO DE MIM
domingo, 29 de março de 2009
Sentar-se à janela.
A ansiedade de voar era enorme.
Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.
Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia.
Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante.
As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.
No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.
O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.
Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.
As poltronas do corredor agora eram exigência. Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.
Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível.
O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.
Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.
Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer.
Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.
Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?
Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.
A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.
Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.
A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.
Afinal...
"A vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos"
(Alexandre Garcia)
sábado, 28 de março de 2009
Amizade...
quinta-feira, 26 de março de 2009
Hoje eu vou mudar
Vasculhar minhas gavetas
Jogar fora sentimentos
E ressentimentos tolos...
Fazer limpeza no armário
Retirar traças e teias
E angústias da minha mente
Parar de sofrer
Por coisas tão pequeninas
Deixar de ser menina
Prá ser mulher...
Hoje eu vou mudar
Por na balança a coragem
Me entregar no que acredito
Prá ser o que sou sem medo
Dançar e cantar por hábito
E não ter cantos escuros
Prá guardar os meus segredos
Parar de dizer:
"Não tenho tempo prá vida"
Que grita dentro de mim
Me libertar!...
"-Hoje eu vou mudar
Sair de dentro de mim
Não usar somente o coração
Parar de contar os fracassos
Soltar os laços
E prender as amarras da razão
Voar livre
Com todos os meus defeitos
Prá que eu possa libertar
Os meus direitos
E não cobrar dessa vida
Nem rumos e nem decisões
Hoje eu preciso e vou mudar
Dividir no tempo
E somar no vento
Todas as coisas
Que um dia sonhei conquistar
Porque sou mulher
Como qualquer uma
Com dúvidas e soluções
Com erros e acertos
Amores e desamores
Suave como a gaivota
E ferina como a leoa
Tranqüila e pacificadora
Mas ao mesmo tempo
Irreverente e revolucionária
Feliz e infeliz
Realista e sonhadora
Submissa por condição
Mas independente por opinião
Porque sou mulher
Com todas as incoerências
Que fazem de nós
O forte sexo fraco"
Eu preciso mudar!
Eu preciso!
Eu preciso mudar!
domingo, 22 de março de 2009
Vai - Ana Carolina
Espera aí!
Nem vem com essa história
Eu nem quero ouvir
Não dá pra te esquecer agora
Como assim?
'Cê disse que me amava tanto ontem
Eu juro que ouvi
Calma aí!
Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério...
Vivi pra você
Morri pra você
Pois então vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar
Pois então vai!
A porta na verdade nem existe
Sai!
O que está esperando?
Você sabe voar
Então tá bom!
É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça, suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim
Tá legal!
É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?
'Cê vai viver pra outra vida e eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim
Tão longe de mim
(Pois então) vai!
A porta esteve aberta o tempo todo
Sai!
Quem tá lhe segurando?
Você sabe voar
(Pois então) vai!
A porta na verdade nem existe
Sai!
O que está esperando?
Você sabe voar
Uhuu, de volta pra mim
De volta pra mim...
Canção para um grande amor - Isabella Taviani
Mas agora
Deixa o vento te seduzir
Deixa o novo sonho te invadir
E não volte nunca mais aqui pra me esperar
Agora vai
Lança teu destino em outro mar
Não recues nunca pra ancorar
Nunca pra duvidar
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Mas agora vai
Porque há vida em outra dimensão
Porque há paz no outro coração
Por que com a gente não!
Por que com a gente não?
Agora vai
Buscar os novos horizontes
Pousar no colo de outros ombros
Saciar a sede do teu corpo louco
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Vai pra sempre vai
ser feliz é uma estrada sem fim
Tens a força que eu nunca atingi
Tens a dor mas ainda sei que tens a mim
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Deixa o sol queimar a tua pele
Deixa o céu forrar a tua cama
Deixa amanhecer tua chama, teus desejos
Deixa o sol queimar a tua pele
O céu forrar a tua cama
Tua chama, teus desejos
"... Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que, no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? ..."
sábado, 14 de março de 2009
Deixa a vida me levar
Adoro essa música.
Acho que é assim que a gente devia levar a vida...
Eu já passei por quase tudo nessa vida
Em matéria de guarida espero ainda minha vez
Confesso que sou de origem pobre
Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez
E deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
Só posso levantar as mãos pro céu
Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho, lá vou eu
Se a coisa não sai do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos, lá vou eu
E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
E deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
quinta-feira, 12 de março de 2009
Das razões do amor
A vida é para as pessoas de coragem, e coragem em todo sentido que ela possa abranger. Você pode ter um bom trabalho, uma boa casa, um carro zero na garagem, muito dinheiro no bolso, mas se você não tem quem te ama e principalmente alguém que você quase sofre por tanto amar, daí de nada vale essas outras pequenas coisas.
Se a gente tiver medo do amor e não enfrentá-lo é como passar a vida sem ter feito ou sido nada. Amor é um ato de coragem, ou melhor, o maior ato de coragem que possa existir. Porque amor exige passar por muitas barreiras (principalmente nós mesmos), amor é se expor diante das dificuldades, é não ver idade, nem classe, nem cor. É considerar o trabalho menos importante, aprender a ser tolerante mesmo nas crises semanais. É aprender a ser perseverante e conquistar alguém totalmente diferente de você. Amor é um ato de fé, de entrega, de paciência e aprendizado.
Amor é para gente valente, gente de garra, gente persistente, gente sem vergonha alguma. Medo, recusas e desistências são palavras que não existem para quem entra nessa batalha.
Ele vai doer um pouquinho, vai te fazer chorar algumas tardes de domingo, vai tocar teu celular de madrugada... Porque o amor é esse perigo constante, é entender que a vida passa a não ser mais só sua, mas sua e de mais alguém, até se unir de tal forma que ambas se tornem uma.
Amor é essa fusão, essa entrega, esse querer sempre mais, essa luta diária... É o único caminho capaz de nos conduzir a real sensação de estarmos vivendo, de que há um paraíso e de que podemos estar dentro dele.
[ Cáh Morandi]
domingo, 8 de março de 2009
para as coisas que existem
sem remédio, sem solução
que te tragam tédio,
desespero, frustação
há outras mil coisas
que são bonitas
que são doces
que são felizes
e se você não achar
nada de bom ou de maior
você cria alguma coisa
qualquer coisa boa que não existe
e se você botar fé nisso
essa coisa vai começar a existir
mesmo que ninguém veja
mesmo que só você acredite