sábado, 27 de setembro de 2008

Desejo...


Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido,
Desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis, que desejes coisas simples como um suco gelado depois de correr ou um abraço ao chegar em casa...
Desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados.
Mas desejo também que desejes com audácia,
Que desejes uns sonhos descabidos
E que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração,
Mas os mantenha acesos, livres de frustração,
Desejes com fantasia e atrevimento,
Estando alerta para as casualidades e os milagres,
Para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos.
Desejo que desejes trabalhar melhor, que desejes amar com menos amarras,
Que desejes parar de fumar, que desejes viajar para bem longe... E desejes voltar para teu canto, desejo que desejes crescer...
E que desejes o choro e o silêncio, através deles somos puxados pra dentro,
Eu desejo que desejes ter a coragem de se enxergar mais nitidamente. Mas desejo também que desejes uma alegria incontida,
Que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos,
Basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar,
Que desejes o bar tanto quanto a igreja,
Mas que o desejo pelo encontro seja sincero,
Que desejes escutar as histórias dos outros,
Que desejes acreditar nelas e desacreditar também,
Faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas,
Que desejes não ter tantos desejos concretos,
Que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas.
Desejo que desejes alguma mudança,
Uma mudança que seja necessária e que ela não te pese na alma,
Mudanças são temidas, mas não há outro combustível para essa travessia.
E desejo, principalmente,
Que desejes desejar, que te permitas desejar,
Pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente,
Não reprima teus pedidos ocultos, desejo que desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, mais dinheiro e sentimentos vários,
Mas desejo, antes de tudo, que desejes, simplesmente.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Metade


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza.Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada, mesmo que distante.Porque metade de mim é partido mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor,Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.E que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.Porque metade de mim é o que penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.E que o teu silêncio me fale cada vez mais.Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.
Oswaldo Montenegro

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Por favor, toca-me!


Se sou o teu bebê, por favor, toca-me
Preciso do teu toque, de formas que nunca poderás entender.
Não me laves e vistas e me alimentes apenas
Mas embala-me, beija a minha cara e acaricia o meu corpo.
O suave toque da tua mão, transmite-me segurança e amor.
Se sou a tua criança, por favor, toca-me
Mesmo se te afastou ou te resisto
Persiste, encontra maneiras de conheceres as minhas necessidades.
O teu abraço de boa noite, adocica os meus sonhos
O teu toque durante o dia, diz-me o que sentes por mim.
Se sou o teu adolescente, por favor, toca-me
Não penses que por estar a crescer
Não preciso de saber que ainda gostas de mim.
Preciso do teu abraço de amor, preciso da tua voz suave
Quando o caminho se torna difícil, a criança dentro de mim precisa de ti.
Se sou o teu amigo, por favor, toca-me
Não há como um abraço caloroso, para me dizer que gostas de mim.
Uma mão tranquilizante e amiga quando estou de primido mostra-me que sou amado.
E assegura-me que não estou sozinho.
O teu toque reconfortante pode ser o único que eu recebo.
Se sou o teu parceiro sexual, por favor, toca-me
Podes pensar que a tua paixão seja suficiente
Mas só os teus braços afastam os meus medos.Preciso do teu toque suave e reconfortante
Para me relembrar que sou amado por ser como sou.
Se sou o teu filho crescido, por favor, toca-me
Mesmo tendo a minha própria família para abraçar,
Ainda preciso do abraço da Mãe e do Pai quando dói.
Como Pai, tenho uma visão diferente
Eu aprecio-vos mais.
Se sou o teu Pai idoso, por favor, toca-me
Da mesma forma que era tocado quando era criança
Dá-me a mão, senta-te perto de mim, dá-me força
E aquece o meu corpo cansado com o teu aconchego.
Mesmo que a minha pele esteja enrugada e gasta,
Gosta de ser acariciada.
Phyllis K. Davies

terça-feira, 16 de setembro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

Você tem medo de que?


Você tem medo de quê?
De dizer não para aquela pessoa querida mesmo sabendo que o sim significa problemas no futuro?
Você tem medo de quê?
De admitir que se enganou com uma pessoa, que errou na dose do sentimentalismo e fechou os olhos para a realidade que todos viam?
Aceitar que o fim de um relacionamento já chegou há muito tempo e você, só você insiste em manter as aparências?
Você tem medo de quê?
De falar para a família e os verdadeiros amigos o quanto os ama e, por isso, fica calado imaginando que todo mundo sabe disso?
De perder o emprego medíocre e, por isso, se submete a tirania de um local que você não se sente bem?
Você tem medo de quê?
De aceitar que seu atual estado é reflexo apenas dos seus atos, das suas atitudes, algumas vezes impensadas e feitas de pura ansiedade...
Você tem medo de quê?
De sair da capa de vítima e encarar de frente seus sonhos, suas necessidades e descobrir que pode realizá-los?
De questionar velhos conceitos e mudar tudo para viver melhor?
Você tem medo de quê?
De aceitar que Deus existe e que nos pede ação sempre, trabalho sempre, boa vontade sempre, perdão sempre, amor sempre.
Não tenha medo de ser feliz, arrisque-se, aventure-se.
Caiu? Levante-se.
Errou? Comece de novo.
Perdoe sempre.
Esqueça o que passou, construa o hoje, viva o hoje.
Ame-se sempre!
Paulo Roberto Gaefke

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


"Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença.
Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava.
Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado."


(Antoine de Saint-Exupéry)

As mulheres que vivem em mim...


A menina que sonha
A mulher que partilha
A amiga que ouve
A que sente saudade
A amante demente
A que reconhece sua inconstância
Exitem as mulheres que ainda não conheço e que ainda surgirão em meu caminho
As que comigo convivem eu as reconheço
Como a mãe que ama incondicionalmente
A mulher que luta em sua labuta
A que dá seu ombro forte e chora as escondidas
A vaidosa em frente ao espelho
A volúvel,emotiva,indocil,sensual,envolvente e poetisa...
A que satisfaz seus desejos em busca do aconchego e nem sempre é compreendida ...
A mulher bonita e invejada pelas incapacitadas que a caluniam.
A mulher bem resolvida que não tem medo de nada, que busca seus sonhos e seus desejos.
Amo cada uma destas mulheres e por elas tenho muito respeito
E cada mulher nova que chega dentro de mim
Grito muitooo feliz:
Bem vindaaaaaaaaaaa

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Recomeçar.


Não sei dizer se a vida nos cansa ou se nós é que nos sentimos fadigados às vezes da existência. Nos repetimos sempre. Ou quase. E nos lamentamos desse dia-a-dia onde nos levantamos, trabalhamos, regressamos e descansamos para no dia seguinte recomeçarmos.
Mas é essa a vida e muitos não aceitariam mudança nenhuma se a oportunidade lhes fosse oferta. Ter que recomeçar alguma coisa abala muita gente, pois mesmo a vida corriqueira e imutável causa segurança. Conhece-se os caminhos, os atalhos, os desvios, as curvas a serem evitadas.
A consciência de ter que recomeçar é que nos faz sofrer, duvidar, temer. Medimos nossa capacidade e com bastante freqüência... nossa incapacidade! Se não medirmos nada, avançaremos como as crianças avançam nos primeiros passos, titubeantes, mas orgulhosos.
A mente humana é um poderoso instrumento. Ela condiciona, impõe, impede, impele, comanda... mas nem sempre no bom sentido. Ela sente, ressente, guarda as impressões e as marcas que a vida vai fazendo ao longo dos anos. E se pensamos em recomeçar alguma coisa, ela acende a luz vermelha em sinal de atenção. Assim é que muitos paralisam-se e não fazem nada. Acomodam-se.
Porém, a vida nos impõe recomeços a cada instante e os seguimos com
naturalidade, fazemos nossa parte. Somos condicionados e nem nos questionamos.
Me pergunto então por que não nos condicionamos a viver coisas novas, experimentar nem que seja por uma vez ousar. Se é nossa mente que nos comanda e que somos donos de nós, por que não pegarmos as rédeas, o comando?
A vida desabrocha por todos os cantos e precisamos vivê-la. Mas bem vivê-la. Deus nos criou para sermos felizes, não para passarmos os dias perdidos em lamentos sem tomar atitudes.
Avança!
Recomeçar é preciso quando o que temos já não nos satisfaz. E recomeçar é sempre possível quando colocamos de lado as dúvidas, pois perdedor na vida não é quem tentou e não conseguiu, mas sim aquele que abandonou a coragem e perdeu a fé.
Letícia Thompson

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Basta ouvir seu coração

O Sol quente das manhãs

As noites de luar

A vida é tudo o que se quis

Um canto de amor

Mas de repente não há mais música no ar

E tudo é diferente do que você sonhou.[refrão]

Se você sentir a solidão da escuridão

Pense em quem te faz feliz

A amizade tem um querer bem

Que esteja onde estiver

Tudo vai ser como é

Basta ouvir seu coração

As lembranças vão surgir

É só você buscar

Abraços e sorrisos

Que ninguém pode apagar

Vão relembrar histórias que você já se esqueceu

Ninguém está sozinho

Se não existe adeus[refrão]

Se você sentir a solidão da escuridão

Pense em quem te faz feliz

A amizade tem um querer bem

Que esteja onde estiver

Tudo vai ser como é

Basta ouvir seu coração

Há um lugar em você

Onde está a alegria de viver

Preste atenção no que essa voz diz

Em seu coração

Você não vai se perder.[refrão]

Se você sentir a solidão da escuridão

Pense em quem te faz feliz

A amizade tem um querer bem

Que esteja onde estiver

Tudo vai ser como éBasta ouvir seu coração [2x]

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fases



Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
(Cecília Meireles)