
Tenho medo das águas do destino
a invadirem o que penso e faço,
numa linha de infinda contradição.
Eu sou assim:
quero fugir mas chamo,
quero ficar mas me assusta
não ter em mim nada seguro e certo.
Nunca receio a alegria,
para qual todos os milagres são normais.
Mas quando tarda quem amo,
meu coração fica exposto e aberto.
E mesmo assim eu persisto,
e ainda assim espero ainda,
como criança sozinha atrás do muro.
(Lya Luft)
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